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OAB São Paulo por Patrícia Vanzolini

21/06/2022 Voltar

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     No final da tarde de quarta-feira, 14, Patrícia Vanzolini, Presidente da Seccional SP, foi recebida, pela primeira vez, na Subseção Santos, pelo Presidente Raphael Meirelles e por Cezar Hyppolito do Rego, Diretor Adjunto de Relações Institucionais. Simpática e coerente, Patrícia conheceu as três Casas que formam a OAB Santos e sua infraestrutura. Em sua fala, a disposição de trazer a advocacia paulista para o protagonismo que sempre a caracterizou no cenário nacional.

Disputar uma eleição histórica como a da OAB: trabalhar pela classe
     "A OAB é uma instituição muito importante, com uma infraestrutura, um potencial magnífico. Ao longo da minha vida, tanto como advogada, como quanto professora, fui ficando muito incomodada de saber o quanto ela estava sendo subutilizada. Ela podia fazer muito mais do que estava fazendo; poderia ser muito mais reconhecida. Nos últimos anos, achei que a OAB se afastou muito da advocacia, se afastou e perdeu espaço dentro da sociedade, deixando de ser reconhecida como a instituição importante como ela é".
     "Diante de uma situação de desagrado, temos duas opções: simplesmente reclamar e virar as costas ou arregaçar as mangas e trabalhar. Aí, entendi que era a hora de arregaçar as mangas e trabalhar".
     "Também entendi que era a hora da OAB ter a primeira presidente mulher. Achei que isso era importante. Achei que eu tinha tanto uma biografia, uma história e uma equipe, um conjunto de pessoas extremamente capacitadas para esta empreitada deixei que a advocacia paulista decidisse. Foi um pleito muito concorrido, muito disputado. Não sabia que iria ganhar".
     "Vim de uma chapa de oposição. A oposição não ganhava, na Seccional de São Paulo, há mais de 40 anos. Eu entendi que tinha as condições necessárias para representar a instituição e a advocacia paulista entendeu isso também: nossa chapa teve uma votação histórica dentro da Ordem, com 67 mil votos e cá estou eu, trabalhando pela Ordem pelos próximos três anos".
O que a OAB tem de melhor e onde pode melhorar
     "A OAB é a instituição, da sociedade civil, mais importante do Brasil. Primeiro, porque ele é a instituição de classe que tem a maior infraestrutura entre todas. De longe, nenhuma entidade classista tem a infraestrutura que nós temos. Nenhuma entidade de classe tem 250 Casas, por exemplo, Casado Médico, Casa do Engenheiro, como nós temos a Casa do Advogado. Nós oferecemos um grau de infraestrutura de amparo para nossos afiliados que é incomparável. Por outro lado, nós não temos um real do dinheiro público. Nós somos inteiramente sustentados com o dinheiro da própria advocacia. "
     "Além de prestar um serviço classista, prestamos um serviço social inestimável: somos a maior entidade filantrópica do Brasil. Prestamos serviços de Assistência Judiciária, para mulheres vítimas de violência, para o idoso, para a criança e ao adolescente. Enfim, inúmeros serviços públicos, prestados gratuitamente como serviço voluntário, pois os gestores de Ordem e integrantes de Comissões são voluntários".
     "No que ela precisa melhorar? A gestão interna da OAB acabou ficando muito 'paquidérmica', muito antiga, muito obsoleta. A Ordem foi crescendo até chegar nesta estrutura que ela tem hoje, para atender 450 mil advogados em São Paulo, porém, sua gestão continuou obsoleta: não há informatização, não há digitalização dos processos, os fluxos são muito demorados. Então, a resposta para a própria advocacia e para as Subseções é muito burocratizada. As Subseções não têm autonomia financeira".
     "É preciso um choque de gestão, de informatização, modernização e transparência. Até porque nós gerimos dinheiro alheio. Então, devemos prestar contas e prestar serviços de qualidade. Eu acho que a OAB precisa melhorar muito em termos de governança e de representatividade social. "
     "A OAB estava muito apagada. Apagada na mídia, apagada na sociedade - e falo isso do Conselho Federal e da própria Seccional. Essas duas instituições se envolveram com questões político-partidárias que contaminaram um pouco a imagem da Ordem. Porque o partido da Ordem tem que ser a Advocacia; nós temos que ter isenção de apontar os desmandos de qualquer governo, enfim, de esquerda, de direita, de centro. Por isso, não podemos ter vinculação político-partidária. A OAB acabou ficando muito ensimesmada, muito preocupada só com os próprios gestores, interesses pessoais e não se abriu para a sociedade"

Protagonismo e revalorização 
     "Temos que fazer a Ordem voltar à vida, a ser protagonista. E ela vem voltando a falar de coisas importantes e não apenas de sua política interna, de suas próprias questões internas. Eu gostaria de deixar estes dois legados: primeiro, a modernização da gestão da Ordem, que no meu entender, nunca foi enfrentada, e a recolocação da Ordem no cenário estadual, no cenário nacional. Ou seja, a revalorização da Ordem, que é a revalorização da própria advocacia".
     "Quando o advogado vê uma Ordem forte, um presidente que se manifesta, que se pronuncia, que é chamado pela imprensa, de forma apartidária, para se manifestar a respeito das coisas, ele sente que está tendo voz, está sendo ouvido e dignificado".
     "Eu gostaria que, ao final de nossa gestão, os advogados voltassem a ter orgulho da Ordem, voltassem a se sentir representados por ela".

Foto: A partir da esquerda, Cezar Hyppolito do Rego, Patrícia Vanzolini e Raphael Meirelles.